Mesmo de óculos escuros
O Sol ainda encandeia os seus olhos
Completamente cego
Para o mundo agora
Ele nem tenta encarar
Preso numa espécie de caverna
Onde sempre achou
Que ali dentro
Sempre fosse sua realidade
E do outro lado da porta nem fazia olhar
Agora!
Na primeira tentativa
Pra começar com o pé direito
Tomou todo ar em sua volta
Fechou os olhos
E então sorriu
E deu de cara com um coroa
Com um cigarro na mão
Que o disse
Amigo, toda utopia para nós que andamos
Filho, todo medo as vezes vale de muito
Mas esqueça toda covardia
Todo esse barulho me incomoda
Tudo que me atinge é uma bosta
As pernas tremem, tremem
E é aí que eu paro
Se deu conta que o está submerso
É onde há o perigo
Que todos os exemplos e inspirações
Que usamos pra poder caminhar
Amigo, pra que essa tempestade num copo d’água?
Filho, enalteça e seja vivo, é o que te resta daqui pra frente
Todo esse barulho me incomoda
Tudo que me atinge é uma bosta
As pernas tremem, tremem
E é aí que eu paro